sábado, 20 de março de 2010

vergonha

Um pedido envergonhado,
tinha de ser.
Não foi em forma de pedido... foi verdadeiro.. só.
Sem contar tudo tudo, foi o suficiente para me devolver o perigo.E surpreendentemente não me deixou sozinha com ele... não desistiu como eu lhe pedi, não me disse nenhuma das frases que me vêm à cabeça gritadas, que eu imagino que me vá dizer porque está farta, porque já não acredita, porque eu já não mereço. E afinal quem está farta sou eu.. sou eu quem se repete que não merece, quem não acredita, acima de tudo sou eu...
mas confesso... custa acreditar.
Custa ver-me ceder, dói observar-me de cima,
Agora, aqui...
A falhar calmamente, dolorosamente...
Não me impeço, não contesto...
Acedo, subservientemente
Envergonho-me e dou voltas e voltas à procura da próxima palavra...
Apetece agradecer e despedir-me, para sempre...
Não, não é isso que apetece, ou é... essa é só a vontade que nasce da vergonha...
VERGONHA
Vergonha do que tem sido cada dia,
do que me ocupa intensamente cada momento do dia,
vergonha de não saber sair, de não saber parar,
Vergonha do espelho, de mim nele, de mim sem ele.
Vergonha de entrar, de contar...
Gratidão por não me desprezar como eu merecia...
e VERGONHA, VERGONHA ao quadrado, ao cubo, infinita...

Medo, acima de tudo...

1 comentário:

foreveryoung disse...

Tu és A força. E eu sei muito bem provar-te que o ÉS!