sábado, 20 de março de 2010

ponto de interrogação

sentir que amargamente te corróis...
o fel, que te corrói até sentires bem aquela dor... o corpo ri-se de ti, já não chora.
Chamas sono à exaustão, preguiça ao desnorte, burrice à incapacidade de te concentrares.
e não te chegas a levantar... é um escorregar ininterrupto, porque continuas viva...
semicerras os olhos a medo, a ver se o quarto é o mesmo em que te deitaste nem sabes como, depois de mais um escorregadela-forte-quase-queda.
Até quando?
Acelera-te o dentro do peito e aguentas, tremem-te as mãos e continuas a escrever, a vermelhidão mostra-te o percurso repetido... observas, tocas, vês ainda mais de perto como se fosse um bicho raro... estranho, ausente, pelo qual não te nasce qualquer tipo de sensação ou emoção...
Reves-te mais tarde, no dia seguinte... e pensas no medo que alguem teria se sentisse aquilo que te tomou...
Cai!
estupidamente, desesperadamente,
entrega-te pela primeira vez...

1 comentário:

foreveryoung disse...

Gosto de ti. (não morria sem dizer isto.) Ah e gosto muito!