quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Confiar

É sem certezas.
Sem pressa.
Confio ou quero - mais que tudo - confiar.
Desamarrar-me do lodo, da calma languidês que atravessa o andar...e o olhar até.
Sem demasiada esperança, mas sem desesperar...porque o pé não se perde...tenho medo mas sei...não há dificuldade nenhuma em conseguir o de sempre...mais ou um pouco a menos do mesmo de sempre
A persistência em tudo...fotocopiada na melhor qualidade para o maior vazio, tão cheio de nada. Para quê resistir à liberdade?
Inspiro a vontade, expiro em persistência de vasos activos...Revolto-me de corpo e esqueço a cabeça... Porque a esqueço. E de tanto me querer esquecer não consigo lembrar-me de outra coisa... Ah, o resto.
Inverte-se a dor para angústia desesperada, nada a acrescentar.
Vontade...
Nada, absolutamente nada a mais que a inversão daquilo que quero hoje.
Quero!
Não grito, nem digo, nem sussurro, nem sequer omito...
Quero querer.
Quero.
Obrigada pelo quente.

Obrigada...vou saber "dizer" de outra maneira...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Amanhã

Apetece-me abraçar de olhos fechados, como que a fazer força para agarrar bem, mas na verdade a impedir-me de ver.
Quero tudo, abraçar-me inteiramente ao novo...
Não pelo novo,
Não me interessa mais nada...páras de procurar o novo quando percebes que não queres absolutamente mais nada que não matar o passado, enterrá-lo sem funerál, cantar-lhe a missa do sétimo dia em absoluto silêncio...
Sem rancôr.
Só das marcas...

Obrigada, hoje a ti

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

STOP

Parece em vão a tentativa de perceber o que é que ainda me separa.
Parece vã a festa e inglória a caligrafia alinhada...Que contava que uma vez...
imerecidos são os abraços sem braços, daqueles...
E tenho medo outra vez, do outro, daquele sem cara, desfiguradamente desencarnado e deslaçado..
deixa este medo,
o suor que me apaga o quente depois do corpo pedir

"já chega, não aguento mais"

E acordo e arranjo o desarranjo de fora porque o de dentro não consigo. E saio vestida e calçada a sentir-me nua, ao descoberto.
A escolha precipita e o medo deixa-me aflita, completamente inerte.
A fraqueza dá-lhes a possibilidade de verem melhor, a miudez de se rirem mais...
InCompletamente.
Mais um dia, mais uma vez, sem nada...Só o resto, a mais...A rebentar de "a mais" a sentir que o a mais me entra pela boca e me cala...
A mais a mais a mais a mais a mais a mais a mais a mais.
A água suspende tempo e um pouco mais se junta e um pouco mais subtrai espaço ao meu espaço.
...O desespero de sentir que não cabe mais nada

Obriga-me a parar

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

do resto da tua vida...

Começa e depressa
se acaba o sabor até aqui tão ansiado
e desejado,
em fluxo e refluxo, veias e artérias a despejar aos capilares a sede a doce, brindada.
A bebedeira esvai-se e o leve toque de quem não bebeu do copo denuncia a indiferença.
Nada mais.
Nada a mais que ontem nem que aos anos passados.
Apetece gritar ao mundo a alegria efusiva
e apetece berrar à dor, baixar-lhe os braços, arremessar-lhe o mundo inteiro que me obrigou a carregar às costas.
E custa.
Mais e mais e mais por não saber sequer onde meter mais um pouco...
Peço sem conhecer e suplico de olhos mais que cerrados´
E o coração não acalmou,
Sobe o volume da banda sonora integrada, tudo a mil...

Não me acuses