quarta-feira, 3 de março de 2010

certeza ocupada

"não posso, não vou conseguir falar sobre isto, precisava só de dizer..." foi desta maneira, de palavras mudas.
Despedi-me... até ao regresso.
Embarcarei em silêncio, descolarei com "aquele-sorriso", "feliz".
Na verdade com esperança que é desta que me descolarei do vício irreparável.
sentir nas asas as nuvens a saber a algodão doce, docemente acordar longe. Não na cama de sempre, nem descer as escadas as escadas de sempre rumo ao degredo de sempre.
na cabeça desenham-se a meio as formas de evitar, o coração desejar com o fôlego todo que não seja capaz de obedecer...
Dói-me até ao infinito esta rotina.
Talvez tenha razão quando me diz que o desejo é aniquilar as partes, essas... e talvez esteja sempre a fugir do errado, talvez...
Recordo-me do dia em que vi pintada em mim a raiva...o sabor de sentir, a delicia de me acontecer do início ao final...
prazer nenhum, desejo intenso.
Preciso de parar e reparar-me.
Não sei como voltarei e isso agrada-me,
gosto da expectativa e gosto até do medo de que tudo permaneça igual...
por enquanto é só medo e neste estado tudo é melhor que a certeza,
será? não será?
preocupo-me. Preciso dessa ocupação.