domingo, 14 de março de 2010

(a)pagar

Limpei tudo.
depois de tudo, das lágrimas incluidas,
O mesmo ritual de regresso, sem me lembrar como foi que começou, o que tirou o travão depois do pensamento de que não mais voltaria
Um pensamento demasiado leva ou uma obsessão demasiado aguda para uma fraca como eu a controlar
Irritam-me os passos todos, conhecidos tão bem como... não, nem como a palma da minha mão a que sempre chamo o oposto do que os outros vêem.
Acreditam nos meus olhos estragados
Mas o que está podre é o resto
Tudo, mais que tudo
Quem dera ser... Ser, só Ser, estar...Estar
Deito-me com o peso do que tirei de mim como se ainda cá estivesse tudo, porque o peso da incerteza é gigante
Aquela sensação que me desligou do mundo e de mim por instantes chegou outra vez aqui... e se desconfiei na altura do contexto e até lhe atribuí causa e razão... hoje percebo o porquê: é a máquina a queixar-se sem palavras dos anos todos.
Conto?não conto? a quem? como?
Existe algum medo, alguma vontade e muita, muita vergonha...
Eu sempre disse que não havia de ser por isto. Podia ser por outra coisa qualquer, mas isto não...
Apetece-me confessar-me a dificuldade desta fase.
Gostava de ter alguém aí... alguém aqui...
Foi demasiado dorido aquele percurso escuro e gelado, com mochos a gozarem comigo naqueles ruidos que fazem medo a uma miuda pequena (porque o era apesar de me chamarem "demasiado adulta e crescida para 12 anos). Ainda hoje me dói a falta de ter uma mão e um colo daqueles com quem não tens de falar porque entendiam tudo... lembro-me de pensar "sou eu que estou na adolescência e os adolescentes acham que ninguém os entende e por isso acho que não percebem...mas no fundo sabem de tudo e só não dizem, só não mostram nem acompanham nem perguntam, nem vão à procura, nem obrigam, nem me chamam a razão, nem... porque me amam e acham que esta é a melhor forma" Foi duro ouvir uns anos depois que não faziam ideia e de replicarem: "mas é grave?assim tão grave? mesmo?...mas ela explicava (mentia...) e sorria (o quanto custava) e era ela a acalmar-nos (um trabalho exaustivo de 24h que tanto me desgastava e - desgasta...
Incontrolável é o que continuo a fazer, a fazer-me, e incontrolável é também a procura do preenchimento lá detrás... percebi ontem o que me disse... da frustração, do cansaço, da procura noutros lugares do que nunca vou encontrar... porque era lá detrás e era neles, com eles. Porquê? porquê?
É TANTA! não cabe aqui... e acabo comigo como se estivesse a dar cabo dela e ela não sai, é peganhenta, goza comigo e reinventa-se mais um bocadinho alimentando-se do que me tiro a mim.....
A dor

1 comentário:

foreveryoung disse...

faço tuas as minhas. As palavras..

qe post incrivel fogo