terça-feira, 3 de junho de 2008

Processo

Quando é que chega?
Desconfio do tempo...todo a mais como o palpável, o resto maior.
O medo envelhece mais rapidamente e a velhice morre de medo que a vida piore ainda.
A superfície arredonda-se e endurece-se de uma dor aguda e ácida.
O saber corrosivo chega mais longe e ressuscita mais do que eu pedi.
Juro, não fui eu quem desejei.
Culpo-me do desejo.
Volto a culpar-me dele com os apêndices todos...O processo é maior neles que no corpo.
Kafkianamente demoro cada interlúdio e floreio-lhe o já de si demorado tempo. A mais, a mais como o corpo, demasiadamente enrolado e tendido, ininterruptamente como o resto colado a ele.
Demoro-me a chamá-lo, recuso-me na chama e queimo-me a cada precipitação para o caminho que sei ser mais certo. Interrompo cada passo concreto, justifico cada incerteza com a minha falibilidade, demoro outra vez, outra e outra. Culpo-me agora mais da demora e demoro-me mais a culpá-la que a restringir o tempo sempre a mais que se lhe vai juntando. Envergonho-me da culpa toda junta, tão grande para alguém tão menor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Peço muitas vezes que o tempo passe depressa (para que o fim chegue quanto antes). Mas logo a seguir arrependo-me pq tenho medo. O medo é maior que o desejo talvez... Por isso o fim n chega e o tempo n passa.

Mas ele é nosso aliado. Porque se nos mantivermos em acção (a fazer as coisas) o tempo a seu tempo dá fruto e só isso interessa. N é minha linda? =)

(consegui explicar-me? =/)

Beijinho grande! Espero que hj tenha corrido bem. Lembrei-me de ti ;)

disse...

Às vezes sinto-me com o tempo nas mãos a pedir-me que escolha...é tão difícil escolher...e ridículo ao mesmo tempo...Porque é que não vamos de cabeça e copo inteiros? O que é que temos a perder!
Correu TÃO bem!
Também me lembrei de ti!=)

beijinho enorme!