quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lagarta

Passo, passo, passo. Chão. Ar. Vazio outra vez.
Caí do outro lado, ausentei-me do chão e nesse "ausentei-me" disse...tudo.
Resgato-me. Acordo. A tentativa foi só no sonho, do lado de cá sou menos forte...os músculos não obedecem ou talvez a vontade não lhes seja suficiente.
Minto? Digo a verdade? Confesso? Iludo-a? iludo-me? Melhor para fazer com que seja verdade, melhor para... Tudo desculpas... A ti. Desculpa.
Medo. Medo, medo, medo. Raiva outra vez... Era tão fácil! Vá lá, renega a pieguiguice, resigna-te à única saída: conseguir.
Não há, não há outra hipótese nem outra meta nem outro sol nem outro respirar acalmado pelo clima temperado com o carinho de Deus.
Mais um vez.
Mais uma, de outra maneira.
Pensa, pensa qualquer coisa diferente, qualquer coisa que te faça diferente, que te faça começar de uma maneira diferente. Já sei. Respiro pelo nariz: faço o ar tocar o fundo das narinas e entrar directamente para a barriga. Dizem que é a respiração correcta. Observo atentamente a primeira, depois reparo na atenção para a respiração demasiado perfeita. Errado, errado, errado. Não precisas de saber. Vá!
Concentro-me na árvore ao fundo, descentro-me.
Não dei por nada. Sinto. Está a contar.

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