sexta-feira, 27 de junho de 2008

A palavra

Apetece-me que o fim do dia seja só o cansaço e as sensações no corpo dos passos.
Apetece-me não me apetecer mais nada depois.
Apetece-me que o tempo não me pressione nem eu a ele...Não quero o resto igual a ontem e a antes e a quase sempre desde o dia em que me recusei pela primeira vez. Digo que não quero e obedeço à ausência com o empenho da aluna dotada para corrigir as inequações mais dificeis.
A matemática aqui está errada...1 e 1 são sempre mais que 2...Porque sobra, e o restante aprisiona-se ao bloco de ser que te diz "estás viva"...A metafísica substitui-se à matemática, peço para adormecer, mas as palavras e os significados têm uma correspondência diferente...o querer dormir, a vontade de dormir, revolve-se e devolve-me um esejo secreto, cru e ácido...Aceito a vontade e recuso-me a dar-lhe esse título...Não, disso não...Nunca.
Apetece-me apetecer outra coisa...qualquer coisa que seja a palavra e o significado deste lugar de hoje, juntos. Deixa-me querer. Deixa-me Crer.

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