quarta-feira, 25 de junho de 2008

Peça

Pé e chão pegados, amordaçados um ao outro. Não largo, obedeço ou rebelo-me. Grito antes do silêncio.
Preciso de ouvir, menos de escutar, mais de fazer do som o trilho e rastejar se for preciso. Aguento, aguento como nunca, recuso o tic-tac, grito-lhe por cima...ah, esse...Repetidamente feito hábito do desconjunto.
Torno às regras, releio ponto por ponto. Dou-me a certeza de cada palavra, atribui a cada som um eco e um sentido, uma pista nova. Nunca se começa do mesmo ponto. Perde-se antes a noção completa do tempo e do espaço...Agradeço o caos, habituo-me ao vento até não ser difícil ter os olhos abertos, escolho uma posição ao acaso, não digo o que a cabeça manda porque sou, momentaneamente, supersticiosa.
A pressa não tarda, adianta-me os pés às ideias.
Disseste que sim, miuda! Só pensaste depois.
O que é a vontade?
Prefiro a dúvida... por enquanto e enquanto me parecer mais fácil obedecer ao pensamento. Duvido da vontade posterior ao impacto e ao contacto...a pele costuma ter mais razão e eu sempre tive medo do toque
A dificuldade teima em ser protagonista da distribuição dos pontos de avanço

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