quinta-feira, 22 de maio de 2008

Thopos

Pressa. Andar depressa, mais depressa, um pouco mais ainda. Andar e andar, esquecer até o andar, tudo tudo menos a pressa. Não pensar, só pressa. Mais depressa!
Só a pressa, só a pressa importa agora. Esperei demais, demasiado tempo e é a pressa acumulada que me faz correr agora.
Suspendo um instante qualquer, à sorte ou ao azar, não importa...
Ainda não está, não é aqui. Choro por dentro o medo de nunca chegar, de já ter passado e não ter visto, da falta de pressa, da pressa demasiada. Grito por dentro, o medo e a raiva, a raiva de tanto medo acumulado em forma de força exercida no sentido errado. Morro por dentro, encontro a vida e ela goza comigo...em vão em vão e vão. Dor por dentro, demasiada para se conter, congela em pé os pelos do corpo inteiro, acorda o corpo do modo de piloto automático. Não pode cair, nunca pode, nunca soube ser possível cair, ou levantar depois disso acontecer. Demasiado tempo de pressa invertida, de pressa perversa para chegar lá... A utupia feia, mais feia que utópica mas ainda assim...utupia.

3 comentários:

Anónimo disse...

Adorei! Tocou-me...

bjs grandes

espero q estejas bem

Anónimo disse...

Venho aqui todos os dias ver se escreveste mais alguma coisa.
Não imaginas o quanto gosto de ler. O quanto me identifico. A força que faço para não chorar. Algumas vezes é tão forte que não cabe cá dentro. A emoção apodera-se. É terrível sentir tanta proximidade.

Espero que estejas bem. Mta força!
Estou contigo e acredito em ti ;)

Beijinho grande

disse...

pixie, obrigada!
Aninhas, o que nos une está nas entrelinhas, tão mais fortes que as palavras. E temos Tanto em comum... sinto o mesmo quando te leio, tal como disse à pixie, fica à vontade para me escreveres...às vezes faz falta e sabe TÃo bem!

te.bicho@gmail.com

beijinho enorme