segunda-feira, 14 de abril de 2008

desejo de quente

As pernas pedem calma. A cabeça pede pressa. Continuo apressada e desesperadamente à procura de calma para elas. Latejam, agora mais silenciosamente. Hoje faltou qualquer coisa. Peço desculpa mas desculpo-me primeiro. Não volto atrás. Parto daqui.
As pessoas falam demasiado, mexem demasiado, tocam-se, cumprimentam-se, falam do calor abrasador, fumam cigarros. Eu vejo-as. Vi-as hoje. Elas não sabem de tudo,mas sabem-me melhor qu ontem. Hoje faltou. Não foi a mais. Ainda bem!
Peço um copo de água como quem pede um olhar atento. Mas não quero. Se calhar quero só um bocadinho, se calhar. Tenho mais certeza que ontem mas ainda não a tenho inteira.
Gosto.
Gosto e calo-me.
Tenho medo por tudo o que quero e não consigo, nenhum medo pelo que hoje deixei, não quis conseguir.
A verdade é que não quis. Não querer deixou-me presa ao que deixei de querer, voltada para a irrealidade do mundo giratório em piloto-automático que defini como...possivel.
A menor das ambições refugiou-me numa cela muito escura com uma fogueira pintada a óleo gelado...tremi de frio para me aquecer.

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