quinta-feira, 10 de abril de 2008

1,2,3, uma colher de cada vez...

Não digo. Calo-te para sempre, prendo-te no demasiado tempo que se compreende na expressão aprendida há muito tempo, nos contos de fadas antes de adormecer. Prendo-te por dentro das calças, aperto o cinto e deixo cair por cima o casaco, preto, largo. Não demasiado...um pouco mais que o suficiente. Reaprendo o que nunca me ensinaram. Assumo todas as falhas que afinal não tinham o meu nome. Mais ou menos como o Édipo...hoje é mais a responsabilidade que a culpa que fala. Eu não sabia! Mas hoje sei...não escolhi, mas houve uma altura em que arrepiei caminho pelo sentido mais "fácil"...sem saber estava num labirinto romântico, demasiado enamorada dos objectivos que nunca questionei...não sabia que podia. Não sabia. Hoje sei. Questiono um de cada vez, chamo-os perto...as dúvidas são muito mais, avassaladoras, com gengivas de sangue e dentes bicudos. Fazem-me pequena, mas o medo ajuda-me a saber que existo perante elas. São as Minhas dúvidas. Para Eu resolver. Ou não. Um passo de cada vez. Não se muda o caminho errado de tantos anos num passo...primeiro encontra-se um atalho, muda-se a direcção e depois: novamente a caminho.
Hoje tive medo da escolha. Escolhi não ter de escolher nada. Amanhã há sol outra vez.

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