sexta-feira, 18 de abril de 2008

Creme

Foi só o que ela quis dizer.
Não foi preciso mais para se desfazer inteira no que as nuvens nesse dia não quiseram dizer.
Respira fundo, bem fundo...
Expira o medo quase todo até se conseguir levantar. Dói-lhe ainda a dor maior, já sobejamente intrínseca...suportável na memória de não se saber de outro modo. Nunca.
Volta a acordar no mesmo corpo e na mesma mágoa...Não sabe se aguenta. Isso também já não importa. Não aguenta mais...e mais é tudo aquilo que o andar pesado comporta a cada dia que se soma no calendário. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. A mais. O corpo a mais que prende e obriga...Querer ser sem ele e por não poder querer deixar inteira de aparecer, a cores pelo menos.
Viver o limbo, a ambiguidade do desejo: querer romper a pele e no dia seguinte hidratá-la cuidadosamente, no minuto seguinte ao banho.

2 comentários:

Cris disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
disse...
Este comentário foi removido pelo autor.