quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

disfonia

Amanhã será mais um dia de Verdade.
É estranho olhar para a minha agenda e compará-la com alguns meses atrás.
Nem escrevo consulta, passo logo ao assunto... e o resto, o que antes estava em primeiro é agora secundário. Pouco a pouco há algumas coisas a voltar...num tempo que me parece sempre lento... a imagem que melhor ilustra esta sensação é estar a conduzir e carregar a fundo no acelerador e no travão ao mesmo tempo.
Não fossem os números terem ainda grande impacto na pele, e a ansiedade seria apenas vontade de contar, confiar...
Mas confesso, os números assustam ainda, a balança é uma espécie de medidor de bem-estar, ridículo, ao mais alto nível!
Será que este medo vai desaparecer ou ao menos amainar? Serei eu capaz de o enfrentar, de continuar, de persistir até chegar "LÁ" sem olhar (muitas) vezes para trás?
Eu quero, quero muito mesmo... quero muito ser eu a minha prova que não faz mal, não vai doer mais do que dói hoje...
Racionalmente é fácil: "o que é que tens a perder?" é o que eu me repito... é que entregar-me verdadeiramente é baixar as barreiras todas... e eu sei, vejo-as aqui, no espelho, dentro do carro enquanto as pernas se juntam debaixo do volante.
A minha ausência, as "férias" que passei na luz, foram bem mais que parar. Fui para lá com um sinal de STOP integrado... era esse o objectivo. Hoje vejo a qualidade de vida que ganhei... mesmo sem estar a trabalhar, sem receber um tostão (mal-ditos recibos verdes), e cheia de proibições... É importante cumprir, estas regras são a minha liberdade, e há muito pouca gente que pode perceber isto... Graças a Deus, porque é sinal que não viveram com esta coisa impregnada na pele, no avesso dela, no sangue...
Tudo o que aconteceu de bom desde o meu "sim", devolveu-me imensas coisas que julgava perdidas para sempre, e afinal foi só esticar o braço...
A verdade é que amanhã gostava de contar como tem sido difícil, tudo o que dói e dói muito ainda... mas às vezes sinto-me tão... ridícula... Como se não tivesse direito, como se a resposta a "como é que está?" não pudesse ter outra alternativa a "bem!".... Porque a verdade é que, sim, consegui tanta coisa... mas ainda não passou, tenho medo, preciso de uma mão de vez em quando... mas será que tenho esse direito? Não devia agora ser só a minha parte? Estou a dar o meu melhor, estou a dar-me à vida... ou uma espécie de resgate...
Hoje está tudo acelerado aqui dentro,
e eu quero e não quero o amanhã

1 comentário:

esqueci a ana (ex-ana) disse...

Olhar para trás (não significa voltar atrás) às vezes até pode ajudar a avançar. Pela analogia da condução: o retrovisor não ajuda?
A verdade não deixa espaço ao rídiculo.
Parabéns!