domingo, 24 de abril de 2011

são os dias

Queria uma concha, deitar-me embrulhada em mim,
adormecer...
Fugir do ruído todo, das preocupações dos outros sobre mim... Eu sei... mas nada mais posso dizer, a não ser "não te preocupes, estou bem"...
Custa a repetição, cansa... mas não cansa mais do que carregar o peso deste dia-a-dia, cada vez com menos esperança, cada vez com menos sonhos, menos prazer, menos lágrimas... pela inevitabilidade que agora parece a única saída...
Já soube lutar, já me armei com tudo o que tinha e não tinha, já me desarmei inteiramente e entreguei-me a quem me pediu para confiar...
A vida corre como os passos da corrida, um pé à frente do outro, qualquer que seja o destino... e às vezes pensar: para quê pensar? que futuro?
A minha carreira limita-se à sorte de ter quem me queira activa, com a determinação e empenho que este meio me conhece...
Mas... para quê?
Para quem?
Para quê?
Deixei de matutar nestas questões que só me atrasavam as horas...
Estou aqui. Estou viva. Pago o irs e a segurança social. Não dependo de ninguém, não peso a ninguém...
O Futuro?
O futuro...

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