segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ambiguidade

Antes de adormecer fecho a janela até meio.
Quero que o sol me diga bom dia já que o corpo está amuado comigo e não temos conversado...
Confesso que também estou zangada com estas dores de virar a anca de um lado para o oposto...
Estou zangada,
Estou furiosa,
Estou acordada.
Gosto dos dias maiores, dilatam as horas.
Odeio o crescer dos dias, durmo menos e a dor dura mais...
Preciso de uns olhos, preciso...
(Não peço)
Tenho medo do próximo encontro e é incrível como tudo o que tenho escrito são encontros onde acontecem coisas tão importantes que mudam o rumo... do jogo...
é entretenimento, é programa, é televisão... mas são pessoas...
Sempre me custou pegar em pessoas e transformá-las... mesmo que sejam elas a vir, muitas a pedir...muitas a querer só aquilo que eu fujo... serem vistas!
Este novo trabalho faz-me lidar com vidas trancadas dentro de um corpo que reconhecem e odeiam...(onde está a diferença)... Depois de todos os meus dramas éticos, tratei a forma de ligar com aquelas pessoas - é o poder que me dá escrever - são heróis. Heróis por lutarem, por desistirem e regressarem à luta...
Rendi-me e tenho inveja dessa garra.

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