segunda-feira, 5 de abril de 2010

mata

um dia vais pagar por tudo o que fazes todos os dias, por tudo o que não fazes, por tudo o que adias...
Testas o corpo ao limite porque és perita em limites...os da matemática, os do corpo, os do coração...
Aprendeste que podes sempre mais e mais e os sustos não te assustam, não te impedem, não te param... Aguentou? vai aguentar sempre... o para sempre é maior que tu, e és ingénua e demasiado imatura se continuares a acreditar nisso...
Um dia os sentidos vão-te falhar e não vão regressar com a rapidez a que estás habituada,
um dia vais-te arrepender, como nunca te arrependeste, e vais chorar, como nunca choraste...
Um dia vai ser pior que o dia de hoje, e as mãos trémulas não vão ser capazes de acompanhar o raciocínio...se fores ainda capaz de raciocinar...
Já te apercebeste do quanto isto tudo te atrapalha...não, não é igual ao das outras pessoas...o medo não é igual, é ocupado também... a solidão é ocupada e o silêncio... como querias ouvir o silêncio...
Como querias decidir sem isto à mistura, como querias ser capaz de cantar, de dançar, de chorar até... sem isto à mistura...
E enganas-te a ti própria quando dizes "isto não te impede de absolutamente nada..."
Sim, é verdade que és autónoma, trabalhas, empenhas-te...e consegues não ser absolutamente mais nada, ou és...em latência, em potência...
Isto pesa,
isto corrói,
isto mata

1 comentário:

esqueci a ana (ex-ana) disse...

os super humanos não existem
se calhar a nossa vida é essa oscilação algures entre mais e mesnos infinito...com uns humanos a gostarem de ir até ao limite.
um dia ...um dia...um dia...
procura viver cada um deles sem temores
(não sei que te diga, às vezes o limite corresponde a um desequilíbrio tão tão instável...)
precisamos de raízes. precisamos de outros humanos reais (reais como nós, cheios de defeitos)