domingo, 13 de julho de 2008

Voar

Sonhei-me numa asa.

Senti-me no vento sem me ver...liberdade

Das portas todas abertas, até essa...E dói, e confunde, baralha...Organizadamente, sem pressa.

A asa passa-me frente a cada entrada, sem nome e sem morada, sem moradores, só transeuntes albergados do sol...
Voo-me na asa aconchegada pelas bárbulas invisiveis, feitas penas...Precipito-me para a curiosidade de saber melhor o mundo a que a asa me roubou...não roubou, mas eu julguei que sim, só porque é mais fácil dar que guardá-la inteira.
Há quanto tempo meu Deus, quantos intermináveis momentos se contagiaram uns aos outros para me ausentarem... E a dificuldade de explicar a facilidade masoquista do isolamento inteiro do corpo e do seu "dentro", muito maior, transbordante, e questionador da média permeabilidade da pele.
Tudo em questão. Querer, precisar de um caminho ou dos pés neles...Ainda não sei. Já soube e felizmente soube-me também enganada...Obrigada. a Certeza,
Tua.
Eu sou para Ti.
Ergo a cabeça e rodopio em cima da asa que voa a rondar o mundo inteiro...Sei melhor dos passos embora ainda custe muito pisar as pegadas. Fixo nelas o olhar, deixo de precisar do resto que não quero, que odeio, mas que amei alguma vez por julgar do pior o possível para mim. Saber-me amada. A liberdade.

1 comentário:

Jorge Bicho disse...

Não ames sem dar conta a quem ames. rouba a dor, mas vende-a depressa, faz dela as asas para chegar onde queiras, e que a asa seja o prolongamento de ti, que todos vejam quem quer voar, sem te esconderes, sem precisares de mais que um pequeno toque para subir e descer.
vai com as asas até onde possas voltar, que o caminho do regresso seja sempre possível.
um beijo do teu tio J