segunda-feira, 14 de julho de 2008

E ainda não me conheces.
Incrivel.
Preferi durante muito tempo demorar-me na crença fácil, de contestar mas aceitar por dentro, uma espécie de birra de miúda que se ampara nas tiradas sabichonas dos crescidos.
Dizia que não e corria para longe a proteger o que acabavas de dizer.
Sabias-me melhor e eu confiava nessa tua visão Raio X porque era quente a segurança de acreditar que admiravas o bom que eu duvidava e acalmarias a dor invisível.
Não deste por ela, nunca. A seguir à crença veio a dúvida, mas era tarde.
A nódoa negra cresceu, contagiou o embrulho na tentativa desesperada e de tomada de inconsciência de se mostrar.
Angustiantemente.
Pediste-me as mentiras em espiral, as cor de rosa, as engraçadas
Eu mentia alegremente, anestesiada do resto nesse instante, estava a fazer o melhor para ti mesmo que me estivesse a culpar do egocentrismo que implicava essa criação do argumento, realização e interpretação, três em um,três em mim...
Era essa verdade a única que estavas disposta a receber, mostravas-me o desespero e culpavas-me por ele cada vez que o deixava de fora do figurino a minha roupa.
Continuavas a dizer que sabias a verdade, que me sabias muito melhor que aquilo que eu pensava... E de confortante isso passou a revoltar-me... Preferi acreditar que te enganavas...
Pela ignorância não te podia culpar
Melhor acreditar na frase que em miuda não tinha eco cá dentro
Ainda não me conheces.

1 comentário:

Jorge Bicho disse...

Uma vez escrevi isto... e hoje olho este teu texto e entrego-te esta pequena letra para que sempre queiras reencantarte...
beijos
Tio J

A tristeza
deve ser o sentimento
mais lúcido
porque se embrenha na própria
solidão de cada um,
e a
solidão
é sentir
que
não
temos,
quem
queremos
mesmo
ter.