quinta-feira, 19 de agosto de 2010

pai

No fundo sabia que olhavas, só não tinha a certeza se vias, nem sequer sabia o que vias... é dificil imaginar quando nem eu todos os dias vejo o mesmo, quando de hora para hora oscila essa sensação, esse sentido, esse sentir.
O corpo não ficou em alerta como antes, já não me fazes virar o mundo ao contrário para te distrair, abstrair, corrigir, no fundo...mentir... e não, não entendas como desilusão ou desamor, encara-o antes como é...é assim. A tua vida não para pelas escolhas que eu faço ou que eu deixo de fazer... Nunca parou. Acredito que fiques triste, acredito que te doa, mas eu não sei o que fazer quando me atiras para os braços essa total disposição para me ajudares. Desculpa, mas assim de repente, eu não sei o que isso significa...e duvido, muito sinceramente, que saibas o que isso quer dizer. Imagina que eu respondia "sim, quero", e depois? o que é que fazias?...Desculpa, também não sei...A minha decisão está tomada e a seu tempo vais sabe-la... só rezo para que não a encares com um pingo de desilusão... gostava até que tivesses orgulho, mas isto sou eu a sonhar...orgulho porque mais uma vez fui eu, sozinha a correr atrás da minha recuperação... Há dias em que ainda me pergunto...se vês tanto, se és tão atento, porque é que não pegaste em mim e me levaste? confiaste na premissa "máxima liberdade para máxima responsabilidade"? a tua filha não foi fazer uma viagem aos onze anos como tu disseste... não foi uma filha confortável....ficou doente.

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