sábado, 28 de maio de 2011

foto em família

Chamo-te sem vergonha nenhuma na cara "egoísta"
Não tenho vergonha de o fazer tal como não tens vergonha de me desarmar quando sais da mesa e nem tens coragem de olhar para mim a fugir sei lá ao quê?
Onde é que está essa vontade toda de "ajudar"? se é a fugir, foge... deixa-me, obriga-me, faz-me sair de casa para não estar contigo.
Jamais te culparei por uma sílaba qualquer...dita ou por dizer... dou-te os parabéns por teres feito sempre o teu melhor, o melhor que nunca chegou por teres estado tão longe. E agradeço-te com a maior das ironias quando dizes ter tido medo que eu fizesse qualquer coisa...sim, os 12, 13 anos de uma criança que nunca pisou o risco são demasiado assustadores para teres pegado nela e dizeres e fazeres tudo o que estava ao teu alcance... até porque vivemos longe dos médicos, a 10 minutos de Lisboa...
Hoje tenho a desilusão bem marcada no coração e peço-te imensas desculpas, porque nesta família nem isso se pode sentir... somos um retrato feliz. Daqueles estanques, que não mudam a hora...que estão sempre de dia mesmo quando a noite é escura demais para se conseguir aguentar sozinha... desculpa ter medo às vezes, nesta família em que não se pode sentir... Chorar é um drama, ter medo não faz sentido, ter raiva é inaceitável... os beijinhos são secos, os abraços não demoram, o culto das regras "familiares" são muito bonitas e para serem cumpridas...depois mete-se o cumprimento num liquidificador, e passa tudo a um sentimento de união ou de outra coisa qualquer, não interessa...
A família cor-de-rosa, passa a preto e branco pela lonjura...por tudo ser demasiado antigo e cheirar a mofo...
quer falar comigo? força, diga o que tem a dizer e depois opine, faça das minhas respostas, novas perguntas suas porque, lamento... o que tive a dizer disse-o na altura em que fazia sentido...
E se os voltar a perder, os sentidos, não fique comigo nos braços, por melhor que seja esse sentimento de me ter... vá, mas chegue tarde... eu já lhe disse o que quero, e, pela última vez, faça pela primeira, a minha vontade...

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