sexta-feira, 1 de outubro de 2010

check-out

... já passou...

foi bem mais que o tempo previsto e ainda bem.
Ainda estou no quarto. As malas estão feitas, eu sentada na beirinha da cama que tanto me ouviu e aqueceu nos últimos vinte e tal dias...
Estou com uma espécie de medo de me ir embora, mas também com uma espécie de vontade... Tal como no início, eu já não estava a fazer nada lá fora... e agora sinto que é preciso...um espécie de agir... uma espécie porque vou ter de ficar deitada.. continuar a "boa-vida" lá em casa...
Confesso-me farta mas nem há outra hipótese, por isso não estou farta, só um pouco apreensiva... porque não sei bem de que vão ser ocupados os meus tempos... que tempo vai haver ou quanto vai durar o tempo... é que de lugar para lugar o tempo escorre de maneira diferente... e eu não me lembro de ter alguma vez reparado como era o seu andar em minha casa.
E é estranho este sentimento de hoje... fui proibida de sair de casa mas não proibida de fazer outra coisa qualquer... pensar, por exemplo... e ao mesmo tempo que surge aqui uma panóplia imensa de possibilidades de ocupar o tempo a trabalhar ou a projectar trabalhos, há uma sensação turva neste meu sentir... como um "ainda não...dorme mais uma noites e logo pensas nisso"... Será isto preguiça ou sensatez?

1 comentário:

Anónimo disse...

Falei recentemente com uma jovem que por motivos de saúde sem gravidade mas que implicavam imobilização numa cama, teve que passar alguns meses nela.
Disse-ma que nessa altura (estava no estrangeiro) os amigos e familiares lehe perguntavam o quanão doloroso seria estar ali 'sem fazer' nada. E ela, para surpresa de quem a interrogava dizia que não era assim tão dramático: sabia que ia ficar boa, pensava lia, projecta imaginava, tendo como cenário o quarto e muitas vezes apenas o tecto...
Ela é uma jovem corajosa como tu...
ps- para que não restem dúvidas o caso é mesmo verdadeiro