terça-feira, 8 de junho de 2010

Grito

Às vezes sentes que andas às voltas,
A fugir do inevitável, que desejas e que não podes dizer alto...
Porque a "outra" odeia-te e trata-te mal quando os teus pensamentos deixam de ser só pensamento, quando passam a vontades claras na tua cabeça...
Tu sabes, no fundo tu sabes para onde tens de ir.
Não sabes se resultaria porque ainda não adivinhas o futuro,
mas sabes que as voltas todas que já deste te deitaram no chão...
Olhas para a parede-das-tentativas e só vez cruzes, o sinal de "caminho a evitar" dos jogos de pista. Foste tu que lá puseste as cruzes porque o teu espirito aventureiro te fez experimentar.
'cada falha equivale a uma obrigação de nova tentativa' foi o que tu disseste, e fizeste...
Mas agora o tempo urge, o buraquinho na ampulheta abre-se e o tempo corre mais depressa a fazer arranhões ao vento...
No fundo tu sabes que não tens muito tempo, embora te iludas que o tempo todo não vai dar cabo de ti. Odeias isto, queres aquilo e não lhe chegas...
"Aquela" energia não é mais aquela energia, a força deixa-te tantas e tantas vezes... poucos se apercebem, só alguns dos que mais te amam...mas não podem fazer nada. Estás longe, demasiado longe... e não saiste do lugar. Andas às voltas, és a de ontem... pela primeira vez sentes-te capaz de dizer "vou", dirias "vou, agora" se te dissessem "tens de vir" em vez de te perguntarem...
Tens medo e ao mesmo tempo um dedo de esperança quando entrares no novo sítio da verdade. Contas a história toda, sem os eufemismos de que és perita. Ouves e prometes-te a ti mesma e a ela... e falas, e olhas nos olhos sem esse medo e essa vergonha.
E se ela perguntar dizes para responder por ti...

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