sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Espirro

Apetece imensamente largar as amarras todas,
ser inteira e de repente,
ser...apressadamente.
E tudo o resto que pisava ainda o vestido de gala, e manchava e molhava a sua cauda - o vinho derramado da festa - evapora-se agora. Não fazes falta. Um obrigado, um beijinho, muitas felicidades para ti como para toda a gente. Simplesmente não quero saber-te. Sabe bem...
O medo, tanto...
A liberdade é fresca e faz espirrar de vez em quando...eu gosto sempre de pensar neles, nos espirros, como necessidade fisiológica de expulsar o que atrapalha.
Tenho-me espirrado incessantemente.
Às vezes parece que vou ficar vazia, outras que por mais que espirre nunca sai "aquilo" de que eu me queria livrar.
O desafio é novo e deixa-me a tremer - só por dentro. Queria, quero...mas quando se está em risco de conseguir...é como no resto...naquilo, de sempre...
É outra coisa.
Não mistures.
Não deixo que se enlace a velha errada forma de fazer e tento renovar-me sendo a de sempre...surpreendentemente aquela que tanto tempo esteve ausente...

domingo, 23 de novembro de 2008

A Galope

Tento de uma forma mais calma, às vezes mais agressiva, outras nem tanto...outras tento mentir-me acerca da tentativa como se, saber que tento, me tirasse a capacidade de sair vitoriosa daquio que não é mais que uma simples hipótese.
E estaciono no erro como nunca parei para me sentir contente por ter conseguido.
E não consigo e amplio aos dias seguintes tudo aquilo que faz parte de um erro permanente, de uma sobrevida permanente de enganos e mentiras sobre qualquer coisa a mais que eu, que no fundo, me tem vindo a subtrair de uma forma galopante...
E a galope sigo as pistas do erro e apago o rasto...
ninguém
E grito depois por cima do cavalgar e demito-me da personalidade do berro histérico, do pedido a pedido do que levo dentro...que às vezes me esqueço...eu.

sábado, 22 de novembro de 2008

Forçar

Sentir que falta ainda a força suficiente para afastar a repetição inquestionável...cair, cair, fundo, profundamente enlameado...
Eu queria
não consigo
Apetece-me gritar a palavra que nem consigo dizer
E apetece-me dizer a única palavra que nem sequer o direito me dá de a ter como minha, num instante qualquer...
E dói sem me doer, porque a anestesia toma-me de cima e envolve-me como uma teia...
não me desvio nem a evito,
chamo-a em segredo a mim,
desafio a sua pressa,
olho de soslaio o mundo e o resto que se ausentou de mim
Descanso
...Foi assim.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

restos

Talvez como tu,
querer-te de uma forma egoísta
...a parte que me fez querer-te pela primeira vez.
Tive medo
E Amei esse medo com a esperança que tudo o resto para além do medo fosse mentira.
Vesti-me de culpa,
Só depois tirei a mentira que decidiste despir...para quê?
Para quê veres melhor aquilo que já sabias que não te chegava...
Agradeço-te o valor que me negaste, hoje sei que afinal não era mentira
Esse "resto" que é meu...
que é meu
que é meu!
que é meu...