sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

tempo

Uma espécie de espasmos no corpo e aqui... um expulsar involuntário, assistido com um sentimento qualquer entre o medo e os "ses", entre a imaginação e a realidade visível...
A dor acompanhada de um desejo do que possa ser... a dor.
As palavras baralham-se e as frases reaparecem de forma estranha a fazer jus a uma paciência que quase se torna no seu oposto. A impaciência e a desesperança a brincarem no parque infantil das possibilidades. É hoje? chega. que chegue.
o dia.
A HORA.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

aguenta

Parece que sem se querer se espera que o dia volte a chegar... tenta-se ocupar o tempo, para que ele demore e as críticas não sejam tão agressivas... na realidade esse é o medo... as expressões, os comentários, os sermões que ninguém se coíbe de dar. Não querer que o dia chegue em vez de se querer que a vida chegue... e a vida vai passando. Uma obrigação ali, outra ali, as rasteiras para que a demora se faça útil.
Aguentar o máximo de tempo possível, mostrar o progresso as "coisas-maravilhosas-que-fazes-acontecer". "És uma lutadora!" Pois...
Aguenta

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

procastinar

segundos e depressa a vida inteira.
Custa o balançar...
mete medo.
Depressa a vontade de por a mão à frente até que pare.
mas o medo que o balanço acabe em saída logo te põe a imaginar no que virá a seguir.
pode demorar, pode ser já, podes até precipitar-te e sair antes do tempo.
Falou de tomar a decisão... decidir o que se quer, sobretudo o que não se quer. Dizer sim e dizer Não... fazer das escolhas a personalidade a vir à tona... e que é isso senão a vida...
embrenhada entre a indiferença no que respeita a si própria,
embriagada e indiferente a deixarem que decidam...
no que respeita à Sua vida.
Características: "é extremamente decidida, lutadora, com espírito de liderança, trabalhadora, dedicada, empenhada..."
Sem saber o que fazer, não com as palavras mas com o seu significado.
Quem dera que a vida lhe tocasse nos poros todos...
mas o estremecer faz sentir que nem ali vive, órgãos, tecidos, células... todos a lutar, cada um por si, em sentidos mais que diferentes...
VEM CÁ!
onde? onde? onde?
ponham-na ali... sim, ali...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

passos

Cai o pano e a vida regressa...
e ela tenta convencer-se que a vida era aquela...
forte, sem muita ansiedade a dominar-lhe o corpo.
E tem vergonha, tanta vergonha de dizer quem é ela... porque é ela a criatura que de olhar dramaturgico se vê a si, de fora...
Aquele olhar exterior, isolado, profundamente rodeado e inteiramente só.
Falta-lhe a conversa que chega até à outra cadeira e de a receber de volta, falta-lhe o cair da máscara presenciado, a verdade a cores...
Falta-lhe arrumar tudo, o passado que trás consigo feito de tanto que lhe tolda o "projectar", "agendar"... só depois futuro será melhor e o presente recebido como presente de já não ter passado à história.
Não está descansada e cansa-se de ainda não ter decidido... ainda não... porque entregou a decisão dita à espera que a vontade e a verdade lhe seguissem o caminho... Daqui até ali o caminho é solitário e será tão longo quanto a incapacidade de o tornar luminoso e transparente...vivido.
daqui até ali são quantos passos tu quiseres...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

atrás do pano

Por ti, deixei trabalhos, livros, sonhos, prazeres... na totalidade, ou pior, a meio...
Demorou até te entregar tanta coisa, foi preciso deixar de ter força para tu me deitares ao chão... quase inanimada, foi alívio - nunca consciente - que fizeste suspirar outros, pelo meu afastamento... o medo que eu tinha, era menor que o medo que tu em mim, causaste a outros...
Hoje a luta é deixares de te meter na minha vida, lutar para tu deixares de te meter na minha vida. E parece, que estou em modo Fénix renascida - hoje é a ante-estreia! Não falhei um ensaio, nem sequer metade de um... Tenho um orgulho que mais ninguém entende... tenho o princípio, o meu e - hoje, o final para contar! Um final prolongado por todo o mês de Fevereiro, no teatro... Por mil coisas outras, o Teatro tem-me salvo a vida... e eu que não conseguia ver isto! Sabes... nem me interessa tanto se é uma grande ou mediana peça - ou interessa, mas não é da mesma maneira... interessa-me mais saber que vou estar ali... e agora estou a profetizar... até dizer FIM deste projecto...e pelo meio começa outro... e que seja sempre um enlaçar que me puxe sempre para ter por que lutar. E quando não for por mim, que seja pelos que levo no projecto...
Chega de te deixar parar a minha vida. Hoje posso dizer que venci, e no fim do dia de hoje, que eu sinta que um bocadinho que as palmas são merecidas, verdadeiramente, por tudo...!