sexta-feira, 17 de junho de 2011

Na sala onde tanto acontece

É difícil sentir quando tudo é novo e antigo ao mesmo tempo... a rapidez é intensa, imensa... e mesmo quando as horas parecem não passar há sempre alguém, sempre alguma a despertar o céu cá de dentro e a fazerem-se estrelas para eu parar e ficar a olhar, deitada para elas...
Este tempo não tem tempo nem números, estas palavras querem-se todas inteiras para ficarem cravadas e nunca mais as perder... e quando imagino,
quando olho para um dia melhor, lá ao fundo, volto a perguntar-me, cheia de medo, se tenho direito, se ainda tenho direito...
E desfaço-me antes de entrar e arrisco-me antes de eu própria carregar no travão com todas as forças...
Os meus pés,
As minhas mãos,
os meus ouvidos, boca, pele, coração...
Há dias em que o coração fala e há dias em que o coração só dói...
E eu fico com medo,
enrosco-me como um bebé... adormeço acordada, porque tudo começa logo a seguir...
ouvi dizer que lhe chamam vida, e que está à minha espera.
Vontade e medo, sonhos e pesadelos de não perceber muito bem onde acabam e terminam, onde está a minha estrada e os meus passos... há dias em que não me vejo a caminhar sequer... mas depois vejo que cheguei mais à frente...
levaram-me ao colo,
embalaram-me, adormeci e ganhei força para pôr novamente um pé firme no chão.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Outra coisa

Segunda feira sei o dia em que vou tentar mais uma vez.
Novas pessoas, nova maneira de ser cuidada, muita vontade de lhe provar que não vai ser igual... Também lhe quero provar a si que consigo acontecer de maneira diferente,
nas entrelinhas dos sonhos mora esta esperança... pequenina, frágil... mas quero lá chegar, ser capaz de confiar, confiar cegamente...porque afinal, qual é a pior coisa que pode acontecer?
Houve tempos em que julguei que o descontrolo seria tanto que nunca mais pararia... ainda tenho medo... mas tenho tantas provas que "sei" voltar atrás... a diferença é que desta vez não quero!
Não quero mais ouvir na rua os comentários mais despropositados, não quero ser uma preocupação mas uma pessoa, uma filha, uma tia, uma madrinha, uma pessoa que ama e que se deixa amar, sem medos, sem amarras... será assim tão difícil? Se sempre fingi, e houve alturas que esse fingimento era a minha verdade mascarada, hoje nada que eu faça ou diga, desvia os olhares...os passos, o medo... porque o corpo fala...e eu só ainda não sei o que é que ele quer dizer...
Vou ali e já venho...