quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Mais uma primeira vez...

Não largo o antes por respeito.
Medo até...
...não foi mais um ano a passar por mim...
Orgulho-me da absurda recompensa,
do desafio.
Já não é a brincar.
Vocês...
Sem ordem, desordenadamente em abraço apertado, quente e sufocado.
Obrigada pela falta que sinto quando se ausentam...é nessa altura...
Sim.
Como a Deus,
Sim a apetecer gritar,
Sim gritado e revolvido em pelos arrepiados.
Gosto de gostar tanto, desalmadamente, de coração atrevido a querer saltar do corpo e a viver por aí.
Atrevo-me a repetir: SIM

sábado, 27 de dezembro de 2008

O suor percorre e segura-me os braços...quente, a arrefecer o trabalho intenso a que me prestei...na esperança de valer a pena e no desespero de não ter sido suficiente.
A mais, a mais o à volta, de lado, atrás e à frente...por todo o lado o lado a mais sufoca-me e é tudo a mais porque de não querer ser, a relevância eleva-se à minha frente...e ri-se.
Tremo e o suor aumenta, aumenta o calor e aumenta a espessura desta linha de água que cruza os poros todos, como que a mostrar-me que não se esqueceu de parte nenhuma de mim...E torna brilhante o desejo de não se ver...O corpo aparece, a pele, o odor a ser e depressa cresce o cuidado. Outra vez.
Chega.
Tenho já medo da próxima vez que ainda não chegou e choro-lhe o resultado como se fosse impossível fugir-lhe, inevitável o contacto directo, de pele e alma inteiramente prostradas a ela.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Já é 'depois'

Não sei bem se é do contágio,
se é simples plágio de outro alguém, este meu que agora corre
Se esta ânsia
Se esta constância de agitação equilibrada fala por mim ou eu por ela,
nela.
Talvez.
Ou então...
Não sei. Quero e invento e digo a verdade pela primeira vez. E julgam depois que é mentira, ou se acreditam, que é novo...que estou diferente. Que sou.
E é mais um ano que acaba, e soma apressa-se porque não quero.
Não quero dizer que é mais de metade da minha vida,
Não quero sentir que perdi mais de metade da minha vida por isto...nisto, com isto...
Sem nome ou com,
rotulado, com cores e código de barras...
Que às vezes estava errado,
(E quantas vezes foram aquelas em que o preço estava errado?)
Em que o piiiiiiii foi ensurdecedor até aos ossos,
Quantas vezes me reclamaram?
E não me ouviram...
nada mais que a muda obrigação,
na simples, concreta e directa assumpção ...
Nada prova e nada revela,
é subtil, a trova...
O passar do tempo...
Ai as horas e o silêncio nelas.
Agradeço-lhes o saber
adiantado como sempre,
O Muito Tempo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

corpo: 34 graus e meio

Há dias em que há medo do passado, dias em que o presente é mais passado na ansiedade de querer o futuro mais depressa.
Depois há a calma, na altura precisa em que sentimos o presente como produto directo de uma soma.
" dois e dois são quatro "
Faltam umas décimas na soma que teima em subtrair-me, ainda.
Há o tempo, a falta dele e o que ainda tenho para correr contra os vícios de sempre.
Recomeço no ponto exacto em que me dei o "Sim".
Caminho outra vez.
O coração treme-me, estremece o corpo à volta.
Frio o corpo, aquecido...reaquecido agora...
Obrigada...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Esperançometro

É saborosa a novidade...saboroso o medo e salgada a angústia. Doce ainda a incerteza, picante a persistente vontade de ir um pouco mais além...
Dá-se hoje valor ao que ainda não se conseguiu, simplesmente porque o centro se desenraizou.
Agradeço-me a hipótese de falhar.
E que bom é reerguer de uma queda diferente...
Que bom se o chão for já outro e a queda for mais demorada.
Minto se disser não me importar com a recusa...
Mas a desilusão é só fruto de uma expectativa sem nada que a sustente.
Dou-me ao luxo de me iludir...porque o resultado - sem fim à vista - me deixou chegar.
...aqui.
O longe mede-se em esperança.
Sinto a força da diferença e sinto-me diferentemente forte.
O pesadelo dos pés pesados ainda mói e atrasa,
mas de vez em quando já largo as botas, e lá vou eu: pés descalços para a chuva.